...ao assistir a este video de Ney Matogrosso ( https://www.instagram.com/p/BuXhAMwFrH7/ ), que ele postou no instagram, me veio à mente a lembrança que guardo de uma vez que assisti a uma rumbeira se apresentando num circo lá em Sambaiba, acho que naquela época tinha uns 3 mil habitantes.....o circo provocou um rebuliço na cidade: o palhaço e a meninada nós acompanhando-o em coro: Oi dona Mariquinha meu cachorro entrou ai...
Coro de gurizada: entrou e entrou e tornou sai.....
...agora vejo que tais rumbeiras, pelo que vejo, são as mesmas vedetes, sendo uma delas, Elvira Pagã, que convenceu Ney Matogrosso a tornar-se artista....
...da prá ver que, no video ai, Ney remete ao movimento das vedetes,para mim, as rumbeiras, acho que sim....
Segue relato + coletânea de videos, feita e 28/92018....devido ao post de Ney no instagram, resolvi subir esta postagem: aliás, hoje, no Calendário Spin, é dia 73 do mês de Saturno (https://josecarloslima70.blogspot.com/2019/02/mensagem-que-eu-havia-enviado-faz-muito.html), dia de ficar offline....eu nem poderia estar ligado,...juro que a partir do próximo mensário-tarot respeitarei a lei do spin, viu
..para saber mais, fiz uma pesquisa e fico sabendo que Ney Matogrosso virou artista por causa de Elvira Pagã, quando ele Ney tinha 7 anos de idade, 1948, quando sua mãe o levou à Rádio Nacional e ele Ney se deparou com Elvira Pagã, ex-Irmãs Pagãs: foi quando resolveu ser artista.
..se lhe apresentou quando ele Ney tinha 7 anos de idade, quando foi com a mãe à Rádio Nacional....interessante como a criança Ney Matogrosso viu a Pagã....interessante este nome: isso remete a liverdade: à alguém que, por não ter credo fixo, acredita em todos os deuses e deusas....e foi assim que o pequeno Ney viu a Pagã, evento que marcou para sempre sua vida: ele a viu como uma deus pagã mesmo: cheia de badulaques e simbólos de todos os credos: isso foi tudo para aquele menino de 7 anos.....
..,.....qual primeiro artista me chamou a atenção, me tocou
????????????????
.......agora me lembro: uma rumbeira de circo, que eu vi quando eu também era criança.....também não a vi como um ser sexual, sim, isso também mas muito mais que isso, não dá para dizer em palavras uma coisa que, como arte, é mais para ser sentida do que explicada: aquelas joias balançando sobre seu chacra umbilical....
.......depois que o circo foi embora, aquela rumbeira ficou por dias repercutindo na minha cabeça e por isso passei a imitá-la no terreiro da casa do fundo do quintal.....fazia isso para o divertimento da platéia: transformava o calção em fio dental e mandava brasa...acho que era 1970, por aí, de uma certa forma eu estava, com aquele gestual, anunciando a vinda do Ney Matogrosso...rsss
.....ah sim, mas não era somente a rumbeira que eu imitava, me tornei um exímio atirador de facas: eu tinha quantos anos mesmo: 11....sem um pingo de juízo...veja só: eu usava meu saudoso irmão Turiba, mais novo que eu, como cobaia: colocava-o de braços abertos encostado numa porta de madeira e mandava faca pra cima dele: que que isso meu deus, que loucura, eu poderia ter matado meu irmão....andávamos em cima de fios estendidos de um poste a outro... e outras maluquices...
....voltemos a Ney Matogrosso....Elvira Pagã....
Quem foi Elvira Pagã.
Elvira Pagã (pseudônimo de Elvira Olivieri Cozzolino) (Itararé, 6 de setembro de 1920 — Rio de Janeiro, 8 de maio de 2003) foi uma atriz, cantora, compositora e vedete brasileira. Com sua irmã Rosina Pagã, nome artístico de Rosina Cozollino (Itararé, 10 de julho de 1919 — Los Angeles, 3 de fevereiro de 2014), formou a dupla Irmãs Pagãs.
Elvirá Pagã e Ney Matogrosso, veio de uma verdadeira salada de nacionalidades: índios, pretos, italianos, paraguaios. por ai.....
Ney e Pagã vieram ao mundo para exercer a liberdade
Pagã não era presa a uma religião, ela aberta a todos os deuses e deusas, sendo que, por exercer o seu direito de ser livre num tempo que não em que as pessoas estavam aquém dela, foi presa durante 12 vezes, processada, torturada.....foi Elvira que inventou o uso do biquini....
"(...) Expondo curvas, ostensiva volúpia e idéias bastante avançadas para a época, além de enfrentar árduos preconceitos, Elvira Pagã foi homenageada numa das canções da tia do rock, Rita Lee. Já Ney Matogrosso declarou, "Foi depois de ver, com minha mãe, uma de suas apresentações na Rádio Nacional que eu resolvi ser artista"(...)"
Elvira sofreu muito, dá pra ver na sua reticência em dar esta entrevista
..
....A história das Pagãs,
...o video abaixo é do canal do meu amigo Luciano Hortencio, que mora em Fortaleza e pesquisa a MPG
Ficha do video;
No video abaixo, Rosina Pagã, irmã de Elvira....as duas começaram a carreira artística como Irmãs Pagãs.
Os 95 anos de Elvira Pagã, por Mara L. Baraúna
https://jornalggn.com.br/blog/mara-l-barauna/os-95-anos-de-elvira-paga-por-mara-l-barauna
Imagem: Ney Matogrosso, em 1977: estréia do espetáculo Bandido, na Penitenciária Lemos de Brito.
..,.....ao fazer uma busca para saber em que Associação Lulhi e Lucina trabalhavam ali pelas bandas de Samambaia, DF onde Ney se apresentou na década de 80 e quando lá fui para entregar entregar mais uma das minhas cartas, uma vez que quando ele Ney vinha a Goiânia e cidades próximas, o adotava como destinatário para minha manifestação artística underground, através da qual elaborava-me: e tocava a vida prá frente, de forma mais tranquila, após aqueles momento de catarse.
... ... interessante: ao procurar uma coisa achei outra: uma tese acadêmica que deveria vira livro, uma vez que o pdf não está disponível para copiar e colar: são mais de 270 páginas de um texto muito bem elaborado e de fácil entendimento, segue o link:
Universidade Federal do Ceará
Centro de Humanidades
Departamento de Ciências e Filosofia
Programa de Pós-Gaduação em Sociologia
NEY MATOGROSSO:
SENTIMENTO CONTRAMÃO
Transgressão e autonomia artística
FLAVIO DE QUEIROZ ARAUJO
Orientador: Ismael de Andrade Pordeus Junior
Fortaleza, 2009
http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/1218/3/2009_Tese_FAQUEIROZ.pdf
.
Elvira Pagã, na Wikipedia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Elvira_Pag%C3%A3
O mito erótico Elvira Pagã
http://obucaneiroprateado.blogspot.com/2013/09/o-mito-erotico-elvira-paga.html
ELVIRA PAGÃ: MINHA GAROTA FAVORITA
Antes do escurecer, num verão quente de 1949 na carioca Avenida Rio Branco, uma multidão delirante não tirava os olhos de um carro alegórico decorado com cachos de bananas. No topo, como uma deusa do pecado, a Rainha do Carnaval, Elvira Pagã, nome profano de Elvira Olivieri Cozzolino, exibia um corpo fenomenal num ousado traje de banho dourado, depois que sua capa estilo toureiro fora arrancada pelos fãs. Ela rasgara um maiô, adaptando o modelo "duas peças" usado no teatro rebolado, lançando oficialmente o biquíni num Brasil repressor e moralista. Gritava-se por todos os lados: "Olha a Elvira Pagã! Olha a Elvira Pagã!". Um show de coxas, seios e umbigo. Morena de cabelos longos e sedosos, 90 cm de busto, 55 de cintura e 90 de quadris, mostrava sem inibições o lado “fora-da-lei” feminino. Um corpo celebrado que provocou histeria, brigas, prisões e até um suicídio, o da jovem Wanda Eichner, que antes de partir dessa para melhor deixou um bilhete: “Declaro que o motivo de meu suicídio é a paixão que sinto por ela. Sou uma invertida sexual. Eu gosto de mulheres. Apaixonei-me loucamente por ela. Disse que a amava, não pude mais suportar, declarei-me. Mas Elvira Pagã recusou-se terminantemente a cooperar comigo. Desiludiu-me totalmente e tomou uma atitude que me fez perder a esperança por completo. Amá-la-ei eternamente. Por ela darei a minha própria vida”.
Reinando no Teatro Recreio, na Boate Arpége e no Cassino Icaraí, no Rio, ou no Nick Bar paulista, de 1949 a 1962, Elvira Pagã fazia parte da popular lista das certinhas de Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, ao lado de mulheres exuberantes do teatro de revista como Virgínia Lane, a queridinha de Getúlio Vargas, Luz del Fuego, Anilza Leoni, Mara Rúbia e Angelita Martinez. Dora Vivácqua, a Luz del Fuego, ganhava a vida enrolando-se nua em cobras e desafiando quem as matasse sem esmorecer o porrete. Em 1956, na Ilha do Sol, a 15 minutos de Paquetá, ela criou o primeiro clube de nudismo do país, onde muitos anos depois foi assassinada a machadadas. Nos anos 80, Lucélia Santos, dirigida por David Neves, protagonizaria a história de sua vida no cinema.A paulista de Itararé, Elvira Pagã, ainda não teve a sua escandalosa e corajosa biografia filmada, mas participou de oito comédias ingênuas: O Bobo do Rei (1936); Cidade-Mulher (1936); Alô Alô Carnaval (1936); Laranja-da-China (1940); Carnaval no Fogo (1949); Dominó Negro (1949); Aviso aos Navegantes (1950); e Écharpe de Seda (1950). Um dos mais populares, a chanchada Aviso aos Navegantes, se passa num luxuoso navio, onde uma companhia teatral, com Eliana e Adelaide Chiozzo, retorna ao Brasil depois de apresentações em Buenos Aires. Na embarcação está um príncipe e um perigoso espião internacional. No poderoso elenco da produção da Atlântida, Oscarito, Grande Otelo, José Lewgoy, Zezé Macedo, Dalva de Oliveira e Emilinha Borba.
Morando num quarto luxuoso no Hotel Glória, com as pernas elogiadas por Errol Flynn, manchete de jornais e capas de revistas, ela começoucantando com a irmã Rosina na dupla As Irmãs Pagãs, na década de 30. Mas não tardou a iniciar sua carreira-solo. Em dezembro de 1944 estreou Paganíssimo, na Rádio Nacional, e no Teatro Recreio fez musicais como Moulin Rouge e É Rei, Sim.Comandou também os shows noturnos Isso Faz um Bem, E o Negócio...Tá de Pé, O Pecado em Sete Véus e Muita Máscara e Pouca Roupa, entre outros. Filha de pai norte-americano e mãe paranaense, foi raptada pela própria mãe aos 4 anos de idade e, aos 13, casou-se com um homem rico, Theodoro Eduardo Duvivier Filho, de 39 anos, no que afirmava ter sido o segundo rapto de sua vida e o primeiro estupro. Depois foi para o mundo artístico, transformando-se num símbolo erótico. Sua vida privada continuou marcada pelo tumulto. Em 1951 foi presa pela primeira vez, envolvida numa briga no famoso Nick Bar, freqüentado por artistas do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). “Os homens não me deixavam em paz, provocando confusões. Que culpa tinha eu de ser tão boa?”, disse numa entrevista. Em 1956 realizou uma exposição na Galeria Nagasawa, em Copacabana, com 20 telas a óleo de sua autoria. Escreveu alguns livros, entre eles Revelações e Vida e Morte, chegando a ocupar a cadeira de número 12 da Academia Paulista de Letras. Um deles escreveu com o pulso enfaixado e o braço esquerdo paralisado após tentativa de suicídio, datilografando com a mão direita: “O mundo é éter! O éter é vida! E a vida é o gozo final!”. Depois de uma de suas prisões, gravou um samba-canção de grande sucesso, Cassetete, Não, no qual denunciava e ironizava os maus-tratos infringidos pelos policiais, e popularizando-se de tal forma que até os cômicos travestidos o cantavam imitando-a:
Aquele estranho rapaz...
Me viu sentada com outro, ai! (bis)
Cassetete, Não!
Cassetete, Não!
Não adianta tu não terás meu coração...ai!
Vendo que não conseguia
Me derrubar o cartaz
Pra que eu ficasse marcada...ai! (bis)
Mandou-me aprisionar
Cassetete, Não!
Tu não terás meu coração...(bis)
Cassetete, Não!
Excursionando por todo o Brasil e conhecida no exterior como The Original Bikini Girl e The Brazilian Buzz Bomb, Elvira não desistia de afrontar a moral, provocando verdadeiras enchentes nos cabarés e teatros de rebolado. Depois de operar os seios, posou nua e distribuiu a fotografia como cartão de Natal, reafirmando-se como sinônimo de escândalo, atentado ao pudor, imoralidade. Por seus atributos físicos e audácia provocou incontáveis e devastadoras paixões, confessando numa de suas últimas entrevistas: “Foi uma orgia só”. O perigoso bandido Carne Seca forrou a sua cela com fotos dela, e numa em que a vedete encosta-se numa pele de onça, lia-se a dedicatória: “Para Carne Seca, um consolo de Elvira Pagã”. Desesperado, o marginal tentou fugir da prisão inúmeras vezes. Nos anos 60 ela se recolheu, como faria Odete Lara na década seguinte. Saiu da vida artística e da vida social. Dizia não precisar de amantes e se intitulava sacerdotisa, ligada a discos voadores e à Atlântida, criando uma seita, Doutrina da Verdade. Morreu em 8 de maio deste ano, aos 82 anos, de falência geral dos órgãos, na Clínica Santa Cristina, em Santa Teresa. Não teve filhos. Sua família levou o corpo para uma estância hidromineral do Sul de Minas e manteve escondida a morte.
Ouvi falar pela primeira vez desta extraordinária vedete antes dos dez anos de idade, ao bisbilhotar uma caixa secreta de um tio paterno, encontrando quadrinhos eróticos de Carlos Zéfiro, alguns Pasquins, a revista Intervalo, long-plays da Jovem Guarda e um envelope intitulado Minha Garota Favorita, tesouro de fotografias de Elvira Pagã manchadas de sêmen. Eu fiquei encantado com aquela fartura de carnes e nada sabia sobre ela. Dias depois, curioso, perguntei a minha rígida e idosa professora quem era a moça e ouvi a brutal resposta: “Uma meretriz”. Só anos depois saberia que, nos anos 40 e 50, atrizes e outras artistas ousadas eram quase todas consideradas “mulheres de vida fácil”. Como sempre apreciei o mundo sórdido, sofrido e libertador da prostituição, gostei ainda mais dela. Em 1995, encontrei casualmente o engraçado José Simão num metrô de Madri, falei do seu livro Folias Brejeiras e ele contou-me duas ou três coisas sobre Elvira Pagã: suas prisões, participações em passeatas, tentativas de suicídio e processos por atentado à moral. Liderava o espaço nos noticiários da época com chamadas incendiárias: “Atacada Elvira Pagã por um tarado no interior do camarim”, “Verdadeiro cerco policial para prender Elvira” ou “De estandarte em punho deu entrada na Central: desorganizou os serviços policiais, depredou a máquina de escrever, desacatou a autoridade, riu, chorou e dançou na Polícia Central”. Esquecida, morou no fim da vida num quarto-e-sala na zona sul do Rio de Janeiro, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, em frente ao anexo do Copacabana Palace, alugado pela irmã Rosina. Nada mais restava da temperamental deusa da beleza que um dia a revista Escândalo, de julho de 1956, criticou: “A maneira de pensar de Elvira Pagã é proibitiva pois ela tem uma verdadeira aversão aos conceitos sociais”.
Expondo curvas, ostensiva volúpia e idéias bastante avançadas para a época, além de enfrentar árduos preconceitos, Elvira Pagã foi homenageada numa das canções da tia do rock, Rita Lee. Já Ney Matogrosso declarou, "Foi depois de ver, com minha mãe, uma de suas apresentações na Rádio Nacional que eu resolvi ser artista”. Um dos símbolos sexuais da era de ouro do rádio, matéria viva de alguma loucura no ar, musa de desejos reprimidos, escreveu no livro Vida e Morte: “Enquanto a carne arder no fogo da vida eu serei a flama sensual entre os homens”.
Os 95 anos de Elvira Pagã, por Mara L. Baraúna
Elvira Olivieri Cozzolino (Itararé, SP, 6 de setembro de 1920 — Rio de Janeiro, 8 de maio de 2003)
Elvira foi a terceira filha do casal José Cozzolino, um descendente de italianos nascido nos Estados Unidos, e de Regina Maria Olivieri, natural de Castro, Paraná. Em 1923, a família mudou-se para o Rio de Janeiro e as irmãs foram estudar na escola do Convento da Imaculada Conceição, dirigida pelas Irmãs de la Charité. Elvira fez parte do coral, mas abandonou os estudos sem ter completado o curso primário.
Elvira e a irmã Rosina organizavam festas e se relacionavam muito bem com o pessoal da classe artística carioca. Foi por esse época que conheceram os integrantes do Bando da Lua, através dos quais fizeram contato com importantes nomes do rádio da época. Com os Anjos do Inferno, Elvira e Rosina se apresentaram no dia da inauguração do extinto Cine Ipanema que ficava em frente à Praça General Osório, em 1935. O jornalista Heitor Beltrão, que foi o locutor do evento, viu naquele
conjunto uma boa oportunidade de atrair as atenções do público e anunciou a atração musical como Os Anjos do Inferno e As Irmãs Pagãs. O nome agradou e ali nascia a dupla musical As Irmãs Pagãs, possivelmente a mais precoce dupla da história do rádio brasileiro. Talvez por intuição de Heitor, ou tendo sido ele fonte inspiradora, As Irmãs Pagãs fizeram juz ao seu nome artístico, mantendo uma postura provocativa em suas interpretações, cantando músicas com letras insinuantes e contrastando com o Brasil ultraconservador da metade da década de 30. Naqueles tempos, só pelo fato de uma mulher ser cantora de rádio já era motivo suficiente para não ser muito bem vista pela sociedade.As Irmãs Pagãs eram, além de jovens encantadoras, muito afinadas e foram levadas para a Rádio Mayrink Veiga por Cesar Ladeira, onde fizeram grande sucesso. Cantando e dançando marchinhas de carnaval em boites e cassinos, elas ficaram famosas, gravaram discos e participaram de importantes filmes da época, como: Alô, alô, carnaval, interpretando a marcha Não beba tanto assim, de Geraldo Décourt, além de O Bobo do Rei, Cidade-Mulher, Favela e Laranja da china.
Em 1937, foram contratadas pela Rádio Nacional e, neste período, excursionaram por quatro meses pela Argentina, Peru e Chile. As irmãs receberam do compositor Assis Valente um samba do qual gostaram muito e gravaram uma prova na Victor. A gravadora rejeitou a música e a prova foi inutilizada. Meses depois, Assis apresentou novamente a mesma canção, desta vez para Carmen Miranda que gravou a música que veio a se tornar o maior sucesso do carnaval de 1938, Camisa Listrada. Nessa mesma ocasião, as Irmãs Pagãs fizeram duas gravações de O samba começou, também de Assis, mas só uma prova foi comercializada.
Em 1939, as irmãs estavam no auge da carreira, chegando a lançar 6 discos em 78 rpm em um único ano. Um deles, que trazia a música Água mole em pedra dura, se tornou o grande sucesso do carnaval de 1940.
Em 1940, casou-se com o milionário Theodoro Eduardo Duvivier, que na época tinha quase 30 anos mais que ela. O casamento foi anulado alguns meses depois por exigência da família. Orgulhosa de ter namorado o astro Errol Flynn, com igual orgulho contava que foi a primeira mulher na vida do adolescente Daniel Filho, quando estrelou diversas revistas produzidas por seus pais Juan e Mary Daniel no Teatro Follies de Copacabana.
Com o casamento de Elvira a dupla chegou ao fim, deixando um total de 14 discos gravados. Rosina, além de continuar cantando, seguiu a carreira de atriz, enquanto que Elvira virou um mito sexual pela beleza e sensualidade. Uma das mais belas e famosas vedetes do Teatro de Revista escandalizava a sociedade posando nua para revistas, despia-se em cena e levava uma vida agitada, enlouquecendo os homens de sua época. Ousada, disputou com Luz Del Fuego as notícias sobre o nudismo.
Em dezembro de 1944, estreou na Rádio Nacional, o programa Paganíssimo. Comandava, também, shows noturnos Como isso faz um bem; O Negócio tá de pé; O Pecado em sete véus; Muita máscara e pouca roupa.
Foi a primeira Rainha do Carnaval Carioca e levou o erotismo para os bailes de carnaval da época. Consta, que um dia, na praia de Copacabana, ela rasgou o maiô criando o famoso biquíni, que na época só era usado no teatro rebolado, promovendo o bairro internacionalmente. Foi também a primeira a fazer plástica nos seios, posando nua depois e distribuindo a fotografia como cartão de Natal. Foi um escândalo! Um atentado ao pudor!
Em 1952, Elvira, que gravou mais de dez discos entre 1944 e 1953, havia sido convidada para as festividades de comemoração do Centenário de Teresina, PI, mas a Igreja Católica, usando de sua força e prestigio na cidade, conseguiu fazer com que o contrato assinado para a apresentação da artista na Feira de Amostras do Centenário fosse cancelado. A Igreja não admitia o nu artístico, de acordo com o discurso católico esta arte iria contra a moral das famílias. Como aquela instituição, além de fazer parte das comemorações do Centenário, possuía uma enorme influência na cidade, vetou a ida de Elvira.
Conhecida no exterior como The Original Bikini Girl e The Brazilian Buzz Bomb, arrebatava paixões enchendo os cabarés e teatros. O perigoso bandido Carne Seca forrou a sua cela com fotos dela, recortadas de jornais e revistas. Em uma foto usando uma pele de onça, fez a dedicatória: “Para Carne Seca, um consolo de Elvira Pagã”.
Elvira pintava desde o tempo do colégio e, em 1956, fez uma exposição de suas 20 telas à óleo, na Galeria Negasawa, em Copacabana.
Na metade da década de 1950, Elvira era destaque na mídia por suas prisões, participações em passeatas, tentativas de suicídio e processos por atentado à moral. Liderava o espaço nos noticiários da época com chamadas incendiárias: “Atacada Elvira Pagã por um tarado no interior do camarim”. Elvira foi a responsável por mais uma tentativa de suicídio do compositor Assis Valente. Ele tentou cortar os pulsos quando Elvira, uma cantora que lhe gravara vários sucessos, cobrava uma dívida de forma escandalosa e ele não tinha como pagar.
Em 1959, quando a carreira entrou em declínio, saiu da vida artística e da vida social. Escreveu diversos livros, Eu, Elvira Pagã; Adão e Eva e Eu e os mundos, chegando a ocupar a cadeira de número 12 da Academia Paulista de Letras. Um deles escreveu com o pulso enfaixado e o braço esquerdo paralisado após tentativa de suicídio, datilografando com a mão direita: O mundo é éter! O éter é vida! E a vida é o gozo final!”. Em outro narrou as 6 vezes em que houve atrito entre ela e a polícia. Depois de uma de suas prisões, gravou um samba-canção de grande sucesso, Cassetete, não, no qual denunciava e ironizava os maus-tratos infringidos pelos policiais, e popularizando-se de tal forma que até os cômicos travestidos o cantavam imitando-a.
A partir dos anos 70, começa uma pintura com temas esotéricos. Pintou o quadro Rita Lee no Baixo Leblon, em retribuição a homenagem que recebeu de Rita, um pop-rock em parceria com Roberto de Carvalho, em 1982: Elvira Pagã.
Nos anos 80 e 90 viveu uma fase ligada à ufologia dizendo ver discos voadores e fazer contato com extraterrestres. Demonstrando grande instabilidade de comportamento, ao alterar momentos de euforia com rasgos de ira, recusou-se terminantemente a fazer depoimento para o Museu da Inglaterra. Se intitulava sacerdotisa da seita Doutrina da Verdade, originária da Atlântida. Passou os últimos anos de vida solitária e arredia em seu apartamento em Copacabana, alugado pela irmã Rosina. Apenas as duas irmãs costumavam visitá-la, Leonora que morava em Minas e Rosina que morava nos Estados Unidos e poucos amigos.
Faleceu no dia 8 de maio de 2004, aos 82 anos, no Rio de Janeiro numa clínica em Santa Teresa, onde se achava internada e foi sepultada sigilosamente por seus parentes, em uma estância hidromineral do Sul de Minas Gerais. Sua morte somente foi divulgada pela irmã Rosina três meses depois de ocorrida.
Em 1972, o cineasta Ivan Cardoso realizou o filme Programa chuva de brotos: Elvira Pagã.
Elvira ganha biografia escrita por Thiago de Menezes, Uma mulher chamada Elvira Pagã
Fontes
Elvira Pagã no Dicionário Cravo Albin
Elvira Pagã, minha garota favorita, por Antonio Júnior
As Irmãs Pagãs, por Gabriel Oliveira
Irmãs Pagãs interpretam Assis Valente, por Marcelo Bonavides
O mito erótico Elvira Pagã, por Luiz Sérgio Lima e Silva
'Luhli me fez enxergar o cantor que havia dentro de mim', afirma Ney Matogrosso Cantora e multi-instrumentista da dupla Luli e Lucina morreu quarta (26), aos 73 anos
Esta notícia da morte de Lulhi, me trouxe à lembrança um show do qual Ney Matogrosso participou, se não me engano, na década de 80, no conjunto Samambaia, em Brasília - Rio Paranoá. Foi um show beneficente, para ajudar uma associação que dava apoio a jovens carentes. Não tenho detalhes sobre esta entidade, mas parece-me que funcionava numa chácara e com madeira, cerâmica, hortaliças: e estudos formais: e uma coisa que não para de me martelar mas que não tenho certeza: Luhli e Lucina, amigas de Ney Matogrosso, eram madrinhas deste projeto. Foi um show inesquecível, quando pude ver o quanto o povo da periferia gosta do cantor: me lembro que estava ao meu lado uma senhora de pele de cor negra, meio obesa e bastante feliz ao assistir ao cantor.
Cinema: "Yorimatã]' retrata vida e carreria de Luhli e Lucina
Morreu Luli, ponte de Ney Matogrosso para o Secos & Molhados.
Devido a morte de Luhli, tenho me perguntado se aquele show beneficente do qual participou Ney Matogrosso, como disse, se não me engano, na década de 80. foi promovido pela Entidade da qual ela Luhli e Lucina eram madrinhas....lembro que havia o dedo delas nisso....
No momento são 06:00 horas....que tal fazer uma busca na rede hein....
Sim....resultado da busca para ney matogrosso show em brasilia e beneficente e luli amiga
Enfim, nenhuma referência ao tal show.....
Mas procurando uma coisa achei outra....olha só que bacana esta tese acadêmica sobre Ney Matogrosso....isso deveria virar livro!
São 271 páginas, tudo muito bem elaborado e fácil de entender.....
Uma pena que não dá para copiar e colar aqui....
....e por falar nisso, vejam só o quão é importante a ciência e a valorização da universidade como centro de difusão do conhecimento, neste momento em que a Universidade Federal de Pernambuco perde pontos, isso por causa desse governo que está dinamitando nosso pais, nenhuma área está livre da devastação....vou linkar o artigo, em seguida volto ao tema A trajetória de Ney Matogrosso...
Brasil perde seis universidades e cai no ranking das melhores do mundo
Uma pesquisa divulgada pela publicação britânica Times Higher Education (THE) mostrou que o Brasil tem apenas 15 instituições na lista das mil melhores do mundo. Em comparação com o ano de 2016, o país perdeu seis universidades, quando ostentava 21.
A vinda de Ney Matogrosso a Goiânia e cidades próximas foram momentos em que, ao tê-lo como destinatário para minhas cartas, elaborar-me.
Fiz um spin pela cidade, coletei o que pude: ervas, notícias, sinais: e preparei um cartapácio de textos e imagens, tendo Ney Matogrosso como destinatário daquela carta, aliás, mais uma né....
A primeira carta ao Ney.
Ano: 1983
Título: Reflexão sobre o não-racionalismo de Ney Matogrosso.
Nesta carta, cuja cópia não tenho mais, até mesmo porque sou desorganizado e por isso não tenho nada o que eu tenha criado, disse da liberdade a partir do momento em que tememos a autoridade de Deus quando Deus não era autoridade e sim o máximo em termos de liberdade: com medo da autoridade de Deus nos vestimos envergonhados: foi o começo da nossa desgraça enquanto civilização. Lembro-me até hoje quando escrevi aquela carta numa tarde que era um misto de sol e chuva: ao terminar a carta numa máquina de datilografia, a assinei, coloquei-a num envelope, a lacrei e sai em direção ao Hotel Umuarama, na Rua 4, Centro, em Goiânia, uma vez que intui que ele poderia estar ali: para minha surpresa, mal cheguei em frente ao Hotel, Ney Matogrosso sai de um carro. Aproximo-me dele, entrego-lhe a carta.
Ele (sorrindo): para mim?
Eu: Sim.
Cumprida minha tarefa, voltei para o escritório com sensação de dever cumprido. Sei lá qual era minha intenção ao fazer aquilo....hum, claro que sei: eu estava elaborando-me, uma forma de entender minha existência e o sistema que, de uma certa forma nos aprisionava e Ney era uma figura que me acessava, no sentido de acesse, de abertura, de desembuchar, libertar, libertar, colocar num estado de espontaneidade e liberdade: uma ruptura com o ser carrancudo dominante.
Éramos jovens: ainda somos né....
Era 1983. eu com 24 anos, e Ney Matogrosso, com 42, idade que não correspondia com ele, pois como se tivéssemos uma outra idade, que não a cronológica, ele pareceu-me um moleque, um jovem de 18 anos, leve, sorridente, iluminado, feliz....foi nessa época em que eu e um grupo de amigos nos divertíamos muito na chácara de Nely in Memoriam, da familia Pinheiro, onde haviam pelo menos 3 chácaras, sendo uma delas da irmã Ceci Pinheiro, diretora de teatro, e mais uma outra, de Pinheirinho, todos irmãos: pensa na quantidade de frutas de todos os tipos, sendo que, ao fundo, passava o Córrego Botafogo, ainda não canalizado e que, apesar de poluído, ainda era sinal de rum rio....lembro que havia um Compacto de um grupo de Brasília e que, para mim, o vocalista era Ney Matogrosso: varávamos a noite ouvindo esta música dançante, não me lembro o título da música, era MPB, talvez nem o próprio Ney Matogrosso saiba da existência desta gravação, mas era ele sim. Pensei tanto em furtar aquele compacto e entregá-lo ao Ney Matogrosso, mas questões éticas gritaram mais alto: não! Mas era o que eu deveria ter feito, pois Nely já morreu e aquele compacto virou pó, dias atrás perguntei a filha dela Nely e ela nem se lembrou do compacto, que coisa....estou relatando isso prá que mesmo se o foco deste post eh Luhli....ah sim, quero pegar o fio da meada para chegar a ela Luhli....sou assim: para entender o aqui, tenho que ir ao ontem ou: não há como entender o rio se eu não começar a navegar a partir da nascente....
.....engraçado, ao falar dele Ney Matogrosso, percebo o quanto a vida vai rolando de forma rápida: foi ontem que sai do mato e vim para a metrópole....foi ontem..,..em 1977, quando tirei esta foto para a minha Carteira de Trabalho, eu era tão matuto,...mas foi só tirar a Carteira de Trabalho, já sai do mato para vim trabalhar sobreviver na cidade grande......5 anos depois eu já enfrentava a morte, o perigo, a homofobia e muita pressão....não foi fácil mas estou aqui....
aos 18 anos, quando saí pelo mundo para lutar pela sobrevivência: a minha vida em poucas palavras: morei na na roça entre 1959 e 1969, tempo bom, catando frutos silvestres, em meio a relatos dos meios de comunicação mantidos sob controle pela ditadura militar, quando chegava a todo momento, pelo rádio, alertas de que poderíamos ser capturados..
,......foram 10 anos bem vividos no mato...em seguida fui sai da roça, de nome Bananeira, e passei a estudar em Sambaiba, às margens do Rio Balas, a uma distância de 30 km...fomos a pé, como era natural naquela época...assustei-me com o rio, atravessado sem salva-vidas e com a água entrando na canoa cheia de gente, bichos, grãos...se a canoa afunda, não teria escapado um só vivente...
................em Sambaiba morei até 1977, quando vim para Goiânia....ué, achei que tivesse sido mais tempo, foram apenas 7 anos em Sambaíba, sendo que por 1 ou 2 anos morei num pensionato em Balsas, para fazer o Ensino Médio no Colégio Pio X....foi quando conheci Hortêncio, que faleceu em 2010 num acidente de trânsito...que vida breve......
.....em Goiânia foi assim: tão logo assentou a poeira, já veio o lance o médico que disse que eu iria viver no máximo 6 meses de vida (https://josecarloslima.blogspot.com/2018/09/a-peste-gay.html)
A minha pasta de imagens de Ney Matogrosso, no Pinterest
A estréia de Ney Matogrosso na Penitenciária Lemos de Brito
A banda Kiss copiou os S & M e copiaram tudo mesmo: de capa do LP a cenário....e gestual
A banda Kisss copiou
Exposição Ney Matogrosso
Ney Matogrosso por volta dos 17 anos de idade
Ney Matogrosso: a história de uma música
Foto: Ney Matogrosso e Chico Buarque
Imagens site Ney
http://www2.uol.com.br/neymatogrosso/divulgacao.htm
Por volta de 1966, o cantor passa a morar na casa de Luli, em Santa Tereza, no RJ.
O hippie Ney Souza Pereira tinha muita liberdade naquela casa onde havia um quintal no qual ele poderia espalhar seu ateliê onde ele fabricava colares, pulseiras e outros objetos que, naquela época, poderiam ser produzidos por um hippie em sua luta pela sobrevivência e que, como Ney, haviam rompido com o sistema, ou seja, deixado para trás, primeiro a família e, na sequência, o emprego, para colocar o pé no mundo e viver sua própria experiência: seu novo status, novo modo de estar no mundo.
Não me lembro em que ano, acho que na década de 80, quando mal eu havia chegado do mato, lá pelas bandas de Sambaiba - Rio Balsas, quando também sai pelo mundo para viver minha própria experiência, não como hippie, e sim como uma figura normal mesmo mas que procurava se elaborar, sendo que a vinda de Ney Matogrosso por Goiânia e cidades próximas, era uma forma de juntar notícias de jornal e todos os sinais que se nos apresentavam para fazer uma narrativa que eu dava um jeito de entregar para o cantor, o qual adotei como uma espécie de destinatário secreto para as minhas cartas, sendo que
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Links par as imagens
Atualização - 29/9/18 -
https://br.pinterest.com/spinologo/ney-matogrosso
Isso
https://br.pinterest.com/pin/708683691341044010/
Isso
https://www.hypeness.com.br/2017/05/apaixone-se-por-estes-posteres-minimalistas-de-grandes-artistas-brasileiros/
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